quinta-feira, 24 de novembro de 2016

SILVIA



O amor
é como lança cravada
no coração, sem anestesia.

Infarto?

Quando não correspondido,
é dor,
mais forte que ressaca
de vinho barato
ou os insuportáveis
cálculos renais.

O amor é seta
constantemente disparada.

É tortura, se amamos sozinho.

Deseja o homem a sua mão
na mão da mulher que não o quer?

O destino,
(existirá o livre arbítrio, Baruc?)
criatura cruel e cínica;
Pai que nos colocou
frente a frente:
teus olhos, cabelos, seios e sorrisos
a acender o meu desejo.

Em resposta, o teu desejo
inerte, sonolento,
à espera de que o despertem,
clama por quem não sou.

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