Indiferente às súplicas e aos suspiros,
o tempo vai: cavaleiro andante.
Águas que as mãos,
represa humana, não
retêm.
O tempo, que nos
afasta
dos espelhos
e nos dá o ar de
sérios
e respeitáveis,
envelhece-nos também
para as sacanagens.
Mas o tempo,
longe o fantasma da
velhice
com seus achaques
e sonhos despendidos
para sempre,
é qual o sono para o
cansado
ou o bálsamo para o
doente.
O tempo amacia as
feridas
que pensamos
insanáveis,
o tempo nos aproxima
da morte
sem a qual mais
absurda seria a vida.
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