quinta-feira, 25 de agosto de 2016

DESCOBERTAS

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Que prazer o pirata Colombo sentiu
ao descobrir as Américas!

Que prazer Santos Dumont,
ao pilotar o sonho de Dédalos!

Que prazer Sabin,
ao descobrir a vacina contra a paralisia infantil!

As descobertas nos renovam
como uma fonte da juventude,
enriquecem-nos
como uma pedra-de-toque,
revolucionam
como o açúcar adicionado ao chocolate,
amargo produto do cacau.

Minhas primeiras descobertas,
junto com a magia do sexo,
foi a possibilidade de escrever e ler.

(Posteriormente descobri o absurdo da vida
e seus labirintos infinitos).

Descobri autores e livros,
dos primeiros os primeiros foram
Manuel Bandeira, Pablo Neruda, Érico Veríssimo.

Dos livros, lembro Clarissa
(quantos mistérios e revelações
para um menino de doze anos);
um livro de um autor alemão
(gritos na escuridão?)
que falava de cinema, sexo, traição
e o inevitável fim de forma patética;
Hélio de Soveral com sua Brigitt Montefort...

A maturidade revelou-me
novos amores:
Borges, Quintana, Ferreira Gullar,
embora os antigos ainda morem
em meu coração e em minha estante.
Atualmente, leio Cláudio Aguiar, Alberto da Cunha Melo e Afonso Romano de Sant’Anna.


quinta-feira, 18 de agosto de 2016

POÇO

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Se me perfuro, jorram versos.
No peito, o poço é profundo,
infinito espero,
que o medo de ficar sedento
é o que agora menos quero.

Hei de querer o mal para mim?
Se o mal não desejo
nem a quem não quero bem?

O poço é profundo, sinto,
e  uma parte é jorrada,
pois da outra me alimento.

Sou mãe de mim mesmo,
pai e criador, assim espero,
de infinitos poemas.

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

O TEMPO


Indiferente às súplicas e aos suspiros,
o tempo vai: cavaleiro andante.

Águas que as mãos,
represa humana, não retêm.

O tempo, que nos afasta
dos espelhos
e nos dá o ar de sérios
e respeitáveis,
envelhece-nos também
para as sacanagens.

Mas o tempo,
longe o fantasma da velhice
com seus achaques
e sonhos despendidos para sempre,
é qual o sono para o cansado
ou o bálsamo para o doente.

O tempo amacia as feridas
que pensamos insanáveis,
o tempo nos aproxima da morte
sem a qual mais absurda seria a vida.

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

AO MEU LADO, NINGUÉM


Ao meu lado, ninguém,
apenas a solidão.

Será que a inventei?

Solidão,
tão constante e espessa
que eu poderia dar-lhe
as formas mais diversas.

Falta-me, no entanto,
cinzel e arte,
e, se os tivesse,
faltar-me-ia, com certeza,
a coragem.