Quando
eu morrer
nenhuma
virgem jogará flores
em
meu túmulo.
Nunca
me relacionei bem com virgens,
que
são mulheres ainda em gestação,
prefiro
as mulheres já nascidas.
Serei
cremado.
Sei
que é menos poético,
mas,
é mais higiênico.
As
minhas cinzas joguem onde quiserem:
que
não sejam entregues a nenhum fumante,
nem
as guardem em túmulos bibelôs.
O
mar seria um grande abrigo.
Mas
também o campo. Talvez ao ar,
onde
se dissiparão todas as dúvidas e dores.
Por
fim, meu testamento não deve ser cumprido.
Se
em vida minhas vontades foram reprimidas,
por
que na morte me darão prazeres e voz?
Há
de ter coerência toda a existência,
mas,
também a sua ausência. O tudo e o nada
fazem um belo casamento, inclusive na morte.
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