Para Thomas Sankara
Estou pronto para a luta,
a luta a(r)mada.
Cinquenta e três anos,
de indignação e álcool,
são um fermento e tanto.
O recado está dado.
Convoquem-me, sou soldado.
Convoco-vos!
Não tenho armas senão as palavras,
o coração, a vontade e as mãos,
que mesmo limitadas pela pólio
têm sede de justiça.
Faltam-nos alimentos e munição? Mas,
sobram-nos a vontade e a fraternidade.
O homem não vive só de pão,
- embora sem o pão morra, por isso a nossa luta -
mas, também de poesia e sonho.
O sonho é a matéria mais importante do universo.
Na luta, nos superamos, somos a maioria.
Um irmão mais um irmão,
um operário mais um operário,
um injustiçado mais um injustiçado,
são sempre mais que dois.
Eles têm medo, e nós não.
Os burgueses, os militares – não nacionalistas –, os
rentistas,
tremem diante da multidão.
Os reis tremem e são guilhotinados.
Os banqueiros fogem feito cães.
Os militares nacionalistas, diante da luta justa,
reforçam nossas trincheiras.
Não ter medo da morte é uma vantagem,
diferentemente dos que só pensam nas recompensas
do dinheiro e do poder.
O canto está cantado.
O poema está feito.
Estamos todos alertas!
Os líderes são os trabalhadores explorados.
Avente exércitos!
Tentaremos, mais uma vez e sempre,
enquanto sonhos existirem,
mesmo que uma nova derrota adie o novo mundo socialista:
que os fascistas não passem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário