O amor quando chega não manda
aviso.
Nenhum telefonema ou telegrama.
Mete o pé na porta e sorri.
Deita-se na sua cama sem
cerimônia,
Janta sua janta, bebe seu vinho,
Banha-se em suas águas.
O amor sempre deixa a sua marca,
O seu nome:
Amélia,
Doralice, Emília, Carolina, Clarice, Marina, Maria...
Quando chega é um furação,
Quando se vai uma tristeza sem
fim,
Uma dor sem remédio,
Um livro cheio de desprazer e desespero.
Mas o amor é antes de tudo um
aviso:
Estamos vivos, temos uma pele e a
vida é aqui e agora.
Multiplicamos os beijos e as juras.
Os sorrisos passam a ser uma
epidemia.
Enquanto está vivo e infinito
estamos vivos e infinitos.
Mas tudo na vida tem um
fim, inclusive a vida.