quinta-feira, 16 de agosto de 2018

UM MEDO NOS ATORMENTA

Um medo nos atormenta
todos os dias.

Minto:
um medo nos atormenta
a cada instante que respiramos,
transamos, nos odiamos.

A morte é seu nome.

Caminhamos sempre em frente
- com estratégicas paradas
e recuos não táticos -
vencer a vida?

O futuro está logo ali,
longe, no final do túnel inacabado.

A morte ri, às gargalhadas,
banguela e sádica,
e nos espera a cada esquina,
- com um caco de vidro,
uma faca ou uma dose de estricnina -
a cada fuga, e cadafalso.

A sua mão amiga e libertadora,
qual uma mãe universal
- puta ou concubina -
conduz-nos para a nossa única verdade:
não somos eternos!

Somos apenas carentes,
carentes de amor, de desejo, de sonhar,
carentes de viver, de buscar o futuro,
que a cada dia
- a cada noite, a cada farra -
passam por nós sem que o percebamos.

O futuro está aqui,
- ou ali ou acolá -
o futuro presente,
o futuro, futuro mesmo é a morte,
com seu sorriso,
mais lindo que o mais lindo presente.

Ser eterno é viver,
cada momento em sua possível infinitude.

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