A chuva não pára, incessante,
parecendo mais um cenário
de um conto de Tchecov.
A chuva, torrencial, chorando:
uma muralha chinesa?
Uma legião do exército romano?
O general inverno russo,
para pesadelo de Hitler, Churchill ou Napoleão?
Mas de verdade,
de verdade mesmo,
é apenas chuva
que um bom guarda-chuva
consegue vencer.
Mas um poeta,
numa terça-feira à noite,
bêbado,
imagina um monstro sagrado
a separá-lo do seu grande amor.
E como vencê-lo?
E o poeta, cada vez mais bêbado,
no Bar do Copo Sujo,
insiste, Dona Detinha, a saideira,
a chuva há de parar.
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