O amor
é como lança cravada
no coração, sem
anestesia.
Infarto?
Quando não correspondido,
é dor,
mais forte que ressaca
de vinho barato
ou os insuportáveis
cálculos renais.
O amor é seta
constantemente
disparada.
É tortura, se amamos
sozinho.
Deseja o homem a sua
mão
na mão da mulher que
não o quer?
O destino,
(existirá o livre arbítrio, Baruc?)
criatura cruel e
cínica;
Pai que nos colocou
frente a frente:
teus olhos, cabelos,
seios e sorrisos
a acender o meu
desejo.
Em resposta, o teu
desejo
inerte, sonolento,
à espera de que o despertem,
clama por quem não
sou.