quinta-feira, 15 de setembro de 2016

UMA CANÇÃO DE AMOR QUASE DESESPERADA


Silvana,
põe um teu vestido,
não precisa ser novo ou de marca,
iremos à praça.
Não há mais jardins nas praças, eu sei,
mas te levarei um retrato de uma flor
que não sei dizer o nome.

A manhã está tão linda
um cinza escuro cobre o azul,
mas não tenho medo,
se sentires pouco ar
te farei respiração boca a boca,
máscara de oxigênio a máscara de oxigênio.

Talvez sejamos presos por namorarmos,
nos acusarão de termos sentimentos,
os sentimentos são subversivos;
de estarmos apaixonados,
as paixões levam a corrupção;
de trocarmos beijos,
só os vândalos se beijam.
Pegaremos prisão perpétua?
Seremos condenados à morte?
Mas tudo bem, se este é o preço,
Se ainda há uma esperança para o amor.

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