Vejo tua foto numa
revista semanal,
reportagem sobre os
cem anos da
República.
Olho-te com carinho,
como costumo olhar
as fotos de meus
filhos,
de meus pais,
de parentes que amo,
de amigos distantes ou
ausentes.
És, ainda, na foto, um jovem
com barbas e sonhos,
mas não apenas sonhos,
matéria efêmera,
também ações.
Na foto, és um jovem
como sou hoje eu,
como somos muitos no
nosso país.
Mas há uma diferença
entre ti e mim,
entre ti e alguns
jovens de nosso país,
ontem e hoje,
és imprescindível,
daqueles homens de
quem fala
um poema de Brechet.
Eu, e sinto
necessidade de fazer-me
revelar:
apenas um fraco? um
egoísta? narciso?
Admiro-te, e onde
minha coragem ante teu exemplo?
Preocupa-me mais o meu
emprego,
a minha casa, o meu
carro.
Não que viver bem
não seja necessário,
mas não apenas o meu
viver bem,
mas o de todos.
Admiro-te, admiro a
tua vida
e a de teus
companheiros:
a dedicação à luta, a
um ideal
que compartilho,
mas que não tenho
coragem suficiente
de levantar como
bandeira
(fraco? egoísta? narciso?).
Vejo-te hoje velho e
sempre digno
(ah se estivesses
vivo...),
o que não podemos
dizer de todos os homens
de nosso país.
Mas há alguns que nos
fazem renascer
a esperança.
Hoje temos a esperança
de eleger Lula
em quem temos fé,
uma fé racional.
Cremos neste novo
homem
que, como tu, tem desejo, vontade e ação.
Hoje, como ontem,
temos a esperança,
hoje temos Lula e seus
companheiros,
jovens e velhos
brasileiros,
como ontem te tivemos,
como sempre te
teremos,
Cavaleiro da
Esperança.
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