quinta-feira, 30 de junho de 2016

LUÍS CARLOS PRESTES


Vejo tua foto numa revista semanal,
reportagem sobre os cem anos da
República.

Olho-te com carinho,
como costumo olhar
as fotos de meus filhos,
de meus pais,
de parentes que amo,
de amigos distantes ou ausentes.

És, ainda, na foto, um jovem
com barbas e  sonhos,
mas não apenas sonhos, matéria efêmera,
também ações.

Na foto, és um jovem
como sou hoje eu,
como somos muitos no nosso país.

Mas há uma diferença
entre ti e mim,
entre ti e alguns jovens de nosso país,
ontem e hoje,
és imprescindível,
daqueles homens de quem fala
um poema de Brechet.

Eu, e sinto necessidade de fazer-me
revelar:
apenas um fraco? um egoísta? narciso?

Admiro-te, e onde minha coragem ante teu exemplo?
Preocupa-me mais o meu emprego,
a minha casa, o meu carro.

Não que viver bem
não seja necessário,
mas não apenas o meu viver bem,
mas o de todos. 

Admiro-te, admiro a tua vida
e a de teus companheiros:
a dedicação à luta, a um ideal
que compartilho,
mas que não tenho coragem suficiente
de levantar como bandeira
(fraco? egoísta? narciso?).

Vejo-te hoje velho e sempre digno
(ah se estivesses vivo...),
o que não podemos dizer de todos os homens
de nosso país.

Mas há alguns que nos fazem renascer     
a esperança.

Hoje temos a esperança de eleger Lula
em quem temos fé,
uma fé racional.

Cremos neste novo homem
que, como tu, tem desejo, vontade e ação.

Hoje, como ontem,
temos a esperança,
hoje temos Lula e seus companheiros,
jovens e velhos brasileiros,
como ontem te tivemos,
como sempre te teremos,
Cavaleiro da Esperança.

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