Teus
Como se
mudassem a cor dos olhos.
O que muda,
sim, é a lembrança.
Não havia mais aquela promessa de amor
em teu rosto.
Vago,
o vento
anunciava a tua plenitude.
Ah a seda de
tuas faces!
Ah a fibrosa
carnosidade de fruta de tua boca!
Imaginei teu
hálito.
Quem me dera
poder...
Qual deus
permitiria senti-lo
novamente em
meu rosto.
Ah o fresco
hálito do teu respirar!
Ah o
transpirar do teu corpo!
Ah a beleza! A
tua beleza.
A extrema
beleza física que irradias.
És como o fogo
ou o sol,
cegas a quem
te admira.
E pensar que toda aquela beleza
a tive em
minhas mãos,
em outras
épocas,
em que também
havia a estupidez.
E pensar em
toda aquela beleza
em minhas
mãos,
mãos que hoje
choram,
sim, choram as
mãos,
cala-se a
boca,
e os olhos não
creem.
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