sexta-feira, 20 de maio de 2016

ENTRE O MEU CORPO E OS MEUS BRAÇOS


Entre o meu corpo e os meus braços:
o nada.
Obelisco ao deus solidão.

O nada,
tão intenso quanto inexorável
ferindo-me a alma sem ser remorso
e ao corpo sem ser lança.

A tua mão,
que em vão tento alcançar,
guiar-me-ia fora deste labirinto
qual o fio de Ariadne guiou Teseu.

Mas estás distante.
E és como a felicidade, inalcançável,
ou a justiça, inatingível.


E o meu corpo
e a minha alma
buscam alimento nas orgias,
os triúnviros, poesia, álcool e sexo,
para espantar o fantasma da demência
e o medo de desistir.


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