segunda-feira, 13 de outubro de 2014

HEMORRAGIA MOSSORONIANA


Dói a falta de tuas mãos,
a falta de tua voz,
como se um torturador ideológico
tirasse parte de mim
numa tortura abstrata,
sem ferro, sem fogo, sem força física.

Tiraste a metade do meu espírito.
                    Que dor tão doída,
                    essa dor do amor.

Vais para Mossoró
e levas para aquela terra tão calma
metade de mim choroso.

                    E minha outra metade
                    fica em hemorragia.

Mossoró, já tenho raiva de teu nome,
queres roubar meu amor.

Sou mais a , o Carmo, o Varadouro,
                    sou mais ela perto de mim.

Não me partas em dois,
                    ai, essa dor!


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