quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

CAPITÃO

Roque Braz

Sonhava em dominar o mar,
ser um grande Capitão,
mas nunca aprendeu a nadar.

Um barco,
azul, vermelho, amarelo.
Um grande mar azul,
a verde vegetação,
pássaros, peixes…
Eram seus sonhos recorrentes.

Viveu mal,
era um burocrata,
especialista na arte de bater o ponto.
Casou, não por amor
Mas por tradição.
Teve filhos,
não sabe quantos nem seus nomes.
Nunca viajou
a não ser em sonhos enferrujados.

Um dia, para não morrer,
tornou-se pintor.

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