quinta-feira, 11 de julho de 2019

VIGÍLIA

O ritual do sono cumprido.
O corpo lavado, quase nu,
inerte, na cama, solitário.
A insônia, e seus braços largos, enlaçam-me,
e a pequena morte noturna não vem.
O fracasso no amor, as dívidas,
o medo e o ridículo diante do sexo na velhice,
tudo são impotências deixadas de lado.
Mas, nada,
indiferente ao cansaço, ao desespero e a dor,
o sono se esvai, a esperança é abortada,
e a insônia arde-me os olhos
Qual um sol à meia noite.

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