Um cheiro de verde, fresquinho,
viajando através da infância, no
tempo.
A chuva, os barcos de papel,
o sol desenhado pela irmã caçula,
o cheiro da terra molhada.
O som de passarinhos que eu,
minino criado
por vó,
não sabia os nomes, nem imitar.
Java, meu amigo de infância, sabia;
as mãos em concha, o sopro, o
assovio.
Além de ser campeão de botão de
mesa,
peão e o que mais viesse de
brincadeira.
Quantos barquinhos foram
naufragados?
Os sonhos são eternos enquanto
não realizados?
As canções da infância ficaram
perdidas
em alguma nuvem do cérebro.
Por que sou o que sou
e não o que desejaria ser?
Pudesse voltar no tempo...
Não, é melhor não.
Uma existência de dores,
depressões
e guerras perdidas, já me basta!
Melhor um copo com uísque, gelo,
a voz de Maysa e apenas me
emocionar,
eternamente... Até o
relógio despertar.
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