Sei que não
deveria,
que deus com
certeza me condenará.
Mas o que
posso fazer?
Sou assim
desde o início,
dos tempos de
infância,
da cruel
adolescência,
sempre fui e
serei assim:
desde o
início, até o fim.
os meus
colegas de trabalho,
tão fúteis e
hostis,
em suas
viagens à Disney e a Miami,
falarão de
mim,
apontarão seus
dedos religiosos,
e rirão, rirão
de mim.
Alguém, um
dia, com certeza me apoiará.
Porá a sua mão
na minha mão,
dirá palavras
de carinho e incentivo.
Sofrerei até
lá.
Mas não posso,
nem mais por um minuto,
esconder a
minha essência,
a minha
programação genética.
Assim me fez a
natureza,
que posso
contra ela?
Sim! Gritarei
do mais alto púlpito: eu sou lésbico!
Não queria,
meus pais não
queriam,
meu deus
invisível não queria,
mas fui
possuído por esse desejo
que é maior
que o meu desejo.
Sou lésbico:
adoro uma buceta!
Suas formas,
seus pelos, sua pele de textura enrugada,
seu odor,
cheiro, as suaves sensações,
sensíveis ao
paladar.
Adoro uma buceta!
Adoro uma
calcinha molhada,
uma coxa
arrepiada,
as pernas em
flagrante tentativa inútil de resistir:
aos meus
dedos, a minha língua, ao meu pau.
Adoro uma
buceta!
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