quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

A ATRIZ


Ao olhar o branco de tuas faces e sorrisos,
transmuto-me em nuvens carregadas de elementos:
o ar, a água e a energia, filha da perfeita respiração,
além da beleza, aos olhos sempre apreciada.

Ao descer dos montes, a terra, a terra vira poesia.
Mas bem que a visão, sempre influenciada por crenças, medos e fantasias,
não é o melhor dos sentidos, 
que a nós foi oferecido pela natureza,
para te perceber em profusão.

Andarilho, poeta, marginal, saltimbanco sem talento,
busco achar uma janela aberta em teu flanco desguarnecido,
saltá-la, para, tu desprevenida, assaltar teus sentimentos.

Os segredos e tesouros mais valiosos,
não precisam ser escondidos em cofres de ferro, que derretem,
em baús de madeira, que apodrecem,
em tumbas com maldições e venenos, mesmo assim sempre violadas,
devem apenas ser deixados de lado, ao relento, e num sorriso disfarçados,
porque a ganância cega os olhos e a mente do pior dos bandidos amaldiçoados.

Tua graça e beleza sem parâmetros
estão guardadas no invisível mundo etéreo das essências
onde mora tua alma, numa imensidão de desconhecidas e prazerosas emoções.

Entre alegorias esvoaçantes, amores, sonhos secretos e quereres, nem sempre percebidos,
juntam-se alegremente pequenos t(r)emores, ao palco, à atriz, à fala, ao êxtase sempre procurado:
criar o personagem perfeito, assim como do barro Deus moldou Lilith e de uma de suas costelas,  Adão, o seu amado.

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