Ao olhar o branco de
tuas faces e sorrisos,
transmuto-me em nuvens
carregadas de elementos:
o ar, a água e a
energia, filha da perfeita respiração,
além da beleza, aos
olhos sempre apreciada.
Ao descer dos montes,
a terra, a terra vira poesia.
Mas bem que a visão,
sempre influenciada por crenças, medos e fantasias,
não é o melhor dos
sentidos,
que a nós foi
oferecido pela natureza,
para te perceber em
profusão.
Andarilho, poeta,
marginal, saltimbanco sem talento,
busco achar uma janela
aberta em teu flanco desguarnecido,
saltá-la, para, tu
desprevenida, assaltar teus sentimentos.
Os segredos e tesouros
mais valiosos,
não precisam ser
escondidos em cofres de ferro, que derretem,
em baús de madeira,
que apodrecem,
em tumbas com
maldições e venenos, mesmo assim sempre violadas,
devem apenas ser
deixados de lado, ao relento, e num sorriso disfarçados,
porque a ganância cega
os olhos e a mente do pior dos bandidos amaldiçoados.
Tua graça e beleza sem
parâmetros
estão guardadas no
invisível mundo etéreo das essências
onde mora tua alma,
numa imensidão de desconhecidas e prazerosas emoções.
Entre alegorias
esvoaçantes, amores, sonhos secretos e quereres, nem sempre percebidos,
juntam-se alegremente
pequenos t(r)emores, ao palco, à atriz, à fala, ao êxtase sempre procurado:
criar o personagem
perfeito, assim como do barro Deus moldou Lilith e de uma de suas
costelas, Adão, o seu amado.