Existimos ou somos
apenas sonhos
de um deus adormecido?
A dor que ora
sentimentos
é mais forte aqui e
agora
ou nos persegue com a
mesma intensidade
quando sonhamos?
Mas sonhar é
fundamental.
Mas viver é
fundamental,
embora nem a todos a
vida seja permitida.
Não sonhássemos e não
existiriam
os gigantes;
não sonhássemos e não
existiriam
Cervantes e seu Dom
Quixote;
não sonhássemos e a
vida não teria o sabor da aventura:
descer das árvores e andar ereto;
a roda;
enfrentar os mares e
suas serpentes;
voar com Santos Dumont
ou nos poemas de
Bandeira.
Não sonhássemos,
e o desespero nos abateria,
como nas guerras uns
homens abatem outros.
Não sonhássemos,
não haveria a
esperança da liberdade.
Liberdade! Não em uma
democracia que se fundamenta no consumismo
(Homens, consumam e eu
vos devorarei!),
mas em uma sociedade
em que houvesse justiça,
sem rótulo, sem
etiqueta,
(Ouves, Poeta?)
uma sociedade que
talvez seja apenas sonho,
mas o sonho é matéria-prima da realidade,
sendo o contrário
também verdadeiro.
Sonhar,
com um mundo sem fome
e sem dores,
onde as eleições e as
sentenças não sejam mercadorias,
onde as classes
sociais não existam,
onde negros, brancos, amarelos, vermelhos,
qualquer outra cor que exista formem um arco-íris;
sonhar
um mundo sem guerras,
um mundo sem ódios,
um mundo sem Bush, sem
Ariel Sharon,
sem Fujimori ou FHC:
um mundo sem a poliomielite!
Sonhar, enfim, com a
flor azul de Novalis
e uma imensidão de
mulheres nuas.
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