Primeiro espreito-a,
de longe,
folha branca sobre a
mesa,
feito neve,
pele macia de mulher.
Depois,
a caneta deixada ao
seu lado,
como quem não quer
nada,
displicentemente.
Em outro momento,
a caneta já à mão,
o olhar sobre a folha
em branco
se aprofunda,
impaciente, ansioso.
Inquietante,
a mente busca decifrar
em sua brancura
as formas do poema.
Aos poucos o poema
nasce:
primeiro a ideia,
depois as palavras,
as frases, as
estrofes.
E o poema alegra a folha
e a vida do poeta,
da mesma maneira que
um filho
alegra a família
ou a morte a alma prisioneira.
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