quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

CIDADELA SITIADA


Preparo a investida,
e, de falo em punho, ereto,
transmito-te, amiga,
não medo,
mas a esperança do prazer.

Cidadela faminta
e dominada por cruel  monarca:
a abstinência.
Teu corpo, sem resistências,
oferece-me ofertas e sorrisos.

Ri a tua boca,
brilham os teus olhos,
teus seios, os mamilos arrepiados,
saúdam-me.

Teu ventre, negro e rosa,
oferece-me, qual cálice,
o néctar da vitória.

Sou o bárbaro conquistador
a saquear-te prazer e sons,
e tu, cidadela sitiada,
à espera do libertador.

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