quinta-feira, 21 de julho de 2016

ÚLTIMOS MOMENTOS


Entrego a ti, vida,
estes meus últimos momentos
de paixão
e recolho-me qual um monge
cansado
a seu abrigo.

O amor, esqueci-o
em algum canto escuro e frio
do coração,
onde a mente já não vasculha.

O teu corpo, cobri-o
com tuas próprias vestes.

Aos teus beijos resisti
resignado,
como quando o despertar
subjuga o sonho quente ainda.

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