Quem calará a boca do mundo?
Quantas pernas não mais se cruzarão?
De que olhos sairão lágrimas
o bastante para nos lavar?
Que faca ou lâmina, que marginal
cortará as amarras de nossas mãos?
Brotem asas às minhas costas
como brotam as flores,
o trigo, a vinha.
Quero acima das cabeças voar
e me cegar, e ficar surdo,
e não mais falar.
Quero dormir
e
não mais acordar.
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