quinta-feira, 30 de abril de 2020

A FORÇA DA MATA E DO VENTO


Quando as bocas se abrem em ventania
E se muda o hálito do vento
Minhas mãos passeiam em teus cabelos
Untados de morte, novo unguento.

E se a roda gira e quer parar
O homem cansado de sofrer
Da madeira da mata que é virgem
Faz a clava possante do gritar.

Mas o néctar da flor se sente longe
Como gás que mata ou aleija
E a dor e o amor são seus irmãos.

Nos caminhos floridos e pedregosos
O zumbido do bicho no ouvido
Não desperta o caminho para o homem
Que finda sem ter chegado.

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