quinta-feira, 27 de junho de 2019

MOIRA

Não, não gostaria de ter sido infiel
às mulheres que amei,
às que me amaram,
às que não me amaram,
às que foram fieis,
às infiéis, mas não fui.
Em atos, pensamentos e repetições.
E a porra da culpa cristã, até hoje, me persegue.

Não, não gostaria de criança ter sido
acometido pela pólio, mas fui.
A depressão, inimiga traiçoeira,
não foi minha escolha.
Viver em uma sociedade capitalista
Foi o destino?
Não!
Que forças me levam ao álcool, às vaginas
E ao desespero?

Não, não gostaria de que meu pau
não mais subisse,
que minha libido tenha se esvaído
com as drogas que não me deixam deprimir.
Não, não gostaria...

Mas, parece-me que nada decido sobre mim,
Sobre minha natureza, meu sexo, meus terrores.

Será?

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