quinta-feira, 13 de julho de 2017

QUAL É A TUA, POETA?


Que importa que você seja
um ótimo poeta,
se, na vida, no dia-a-dia concreto,
você é um perfeito canalha?

Que importa se nos seus poemas
a palavra liberdade os impregna,
se, no trânsito, você se torna uma fera?

Se, ao entrar no elevador, não sai da sua boca
um bom dia, mas nos seus versos você é gentil.

Nada disso importa, a arte divorciada da vida,
a arte longe do phatos Aristotélico,
de onde vem a poesia – arché – não provém
também a cidadania?

Pegue os seus livros e os seus poemas
e os enfie garganta adentro da sua malvadeza.

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