quarta-feira, 27 de abril de 2016

sexta-feira, 22 de abril de 2016

PENSANDO A POESIA


Inútil, me diz a voz,
o poema não detém a morte!

Digo-lhe:
Nem as estrelas infinitamente
a luz.

Será inútil o meu ofício?
- Penso.
Insano cultivar sereno vício?

Mas que importa, não procuro
a eternidade,
principalmente nestas tardes
tediosas,
quando a certeza da morte
me alivia
qual ao corpo lasso,
o bálsamo.

O poema retém a vida!
Digo,
nessas letras, mágicos símbolos,
eternos momentos de confissão.


domingo, 17 de abril de 2016

PEQUENA ODE À CRIAÇÃO


Descansam
a matéria e a luz de Eisntein,
em seu estado inercial:
             o caos.

O caos dos gregos filósofos,
o caos das primeiras causas.

Até que dos infinitos espaços-tempos,
de longínquos anos-luz,
o deus desponta de um sonho
qual poeta visionário
e do caos,
com arte nos traduz.


terça-feira, 12 de abril de 2016

CANTIGA PARA QUEM CHEGA


Sê bem-vindo
É de gente assim que precisamos,
um coração limpo,
com cheirinho de céu ainda.

Uma mente livre de preconceitos,
de maldades, de mesquinharias.

Que a tua voz,
teu choro e o teu canto
sejam canções que abrandarão
nossos corações já fossilizados.

Que as tuas inocentes mãos
sejam capazes de gestos
que julgamos impossíveis,
porque nos acomodamos.

Que a tua simples presença
personifique, sempre, a esperança,
o novo, a luz.


quinta-feira, 7 de abril de 2016

RECADO


Não me olhes
com essa cara de anjo.

Não sabes que carrego
o meu sexo
como cruz?

Sem ser Cristo
ou demônio,
apenas homem
disposto a revolução.



sábado, 2 de abril de 2016

DIDÁTICO


Não escrevo poemas assim
displicentemente
como quem diz alô
a quem passa
ou como quem beija a boca
da amada de longas datas.

Por mais natural
que se queira parecer,
prender o poema
tem algo de ritual.

Não o escrevo assim,
no seco, 
sem ser medido,
o poema tem seus caprichos.

Mas
não o escrevo também
como um técnico ou burocrata,
sem emoção.

poema tem algo
de inspiração.